Dec 20, 2013 10:13
10 yrs ago
Portuguese term
Nem a inocência inata... julgo postergada nisto.
Portuguese
Art/Literary
Poetry & Literature
португальска�
Assim das diferenças me separo
E onde amo, porque o amor me calhou, amo.
Nem a inocência inata quando se ama
………Julgo postergada nisto.
Ultimas duas linhas compreendo assim, mas não tenho certeza:
Autor disse:” Eu acho, que mesmo “inocência inata” não é estragada (postergada) no caso ela não faz nenhuma diferença entre os sexos e se ama “seja onde for, beleza”.
O texto de Ode:
Ricardo Reis
Eu nunca fui dos que a um sexo o outro…
Eu nunca fui dos que a um sexo o outro
No amor ou na amizade preferiram.
Por igual a beleza eu apeteço
………. Seja onde for, beleza.
Pousa a ave, olhando apenas a que pousa
Pondo querer pousar antes do ramo;
Corre o rio onde encontra o seu declive
……….E não onde é preciso.
Assim das diferenças me separo
E onde amo, porque o amor me calhou, amo.
Nem a inocência inata quando se ama
………Julgo postergada nisto.
Não no objecto, no modo está o amor,
Logo que a ame, a qualquer cousa amo.
Meu amor nela não reside, mas
……….Em meu amor.
Os deuses que nos deram este rumo
Do amor a que chamamos a beleza
Não na mulher só a puseram; nem
……….No fruto apenas.
Também deram a flor p’ra que a colhêssemos
E com melhor amor talvez colhamos
O que p’ra ter colhemos.
E onde amo, porque o amor me calhou, amo.
Nem a inocência inata quando se ama
………Julgo postergada nisto.
Ultimas duas linhas compreendo assim, mas não tenho certeza:
Autor disse:” Eu acho, que mesmo “inocência inata” não é estragada (postergada) no caso ela não faz nenhuma diferença entre os sexos e se ama “seja onde for, beleza”.
O texto de Ode:
Ricardo Reis
Eu nunca fui dos que a um sexo o outro…
Eu nunca fui dos que a um sexo o outro
No amor ou na amizade preferiram.
Por igual a beleza eu apeteço
………. Seja onde for, beleza.
Pousa a ave, olhando apenas a que pousa
Pondo querer pousar antes do ramo;
Corre o rio onde encontra o seu declive
……….E não onde é preciso.
Assim das diferenças me separo
E onde amo, porque o amor me calhou, amo.
Nem a inocência inata quando se ama
………Julgo postergada nisto.
Não no objecto, no modo está o amor,
Logo que a ame, a qualquer cousa amo.
Meu amor nela não reside, mas
……….Em meu amor.
Os deuses que nos deram este rumo
Do amor a que chamamos a beleza
Não na mulher só a puseram; nem
……….No fruto apenas.
Também deram a flor p’ra que a colhêssemos
E com melhor amor talvez colhamos
O que p’ra ter colhemos.
Responses
3 | Não julgo que a inocência inata seja postergada (negligenciada, preterida) no ato do amor | Guilherme Zacura Neto (X) |
Responses
39 mins
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Não julgo que a inocência inata seja postergada (negligenciada, preterida) no ato do amor
Oi,
Interessante saber que Fernando Pessoa é conhecido e apreciado por falantes de russo.
Acho que você entendeu bem. O poeta parece descrever uma forma bastante livre de amar, e afirma que há pureza nessa forma de amor, pois nela nem mesmo a 'inocência inata' é corrompida.
Um abraço,
Guilherme
Interessante saber que Fernando Pessoa é conhecido e apreciado por falantes de russo.
Acho que você entendeu bem. O poeta parece descrever uma forma bastante livre de amar, e afirma que há pureza nessa forma de amor, pois nela nem mesmo a 'inocência inata' é corrompida.
Um abraço,
Guilherme
Note from asker:
Caro colega, estou muito grato! Eu traduzi já 51 odes de Ricardo Reis, sonho publicar um livro de minhas traduções deste heterónimo do Fernando Pessoa. Já foi publicado neste ano o livro inteiro de minhas traduções do António Nobre ( com dinheiro de uma editora russa, pouco exemplares), eu não tenho nenhum lucro disso, mas estou muito contente. Traduzo outros poetas portugueses também. Moro agora em Portugal, o processo de tradução ajuda-me sobreviver neste mundo severo, cura a minha alma :) Muito obrigada por outra vez!!! Desejo-lhe um Feliz Natal! |
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